O curso de estatística da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) foi criado em 1988 e até hoje não foi realizado nenhum estudo sobre os egressos. Tendo em vista a carência de informações acerca da performance profissional dos alunos formados nesta Universidade, este trabalho tem como objetivo analisar o perfil de trabalho dos egressos do curso de Estatística da UFES. Para tal, foi identificado o perfil sociodemográfico, as características do curso e de trabalho atual.

Foi realizado um estudo quantitativo, transversal, “survey” e analítico com os egressos. Foi calculado um tamanho de amostra para satisfazer os objetivos da pesquisa. O tamanho da população alvo utilizado para o cálculo da amostra foi de 116 indivíduos e a proporção esperada foi de 50%. O tamanho mínimo da amostra, para um erro amostral de 8% foi de 66 egressos.. Foi utilizada a ferramenta google forms para envio dos formulários, por meio de um link, e divulgado por mensagem particular na rede social Facebook e também por e-mail. As análises foram realizadas no pacote estatístico SPSS, versão 20.0 (tabelas de frequência, tabelas de dupla entrada e teste qui-quadrado de associação). O nível de significância adotado foi de 5%.

De todos os questionários enviados, 67 egressos responderam à pesquisa. O perfil sociodemográfico dos respondentes mostrou que 55,2% eram do gênero feminino, a média das idades foi de 34,5 anos (DP = 7,4), 74,6% moram no ES, 38,8% possuem especialização, 47,8% mestrado e 19,4% doutorado. Os alunos do curso de Estatística se formam, em geral, entre 4 e 6 anos e a maioria dos estudantes avaliam o curso como bom (79,7%). Observou-se que a disciplina preferida dos egressos foi Bioestatística, e a que eles mais utilizam foi Estatística Descritiva. Dentre as atividades extracurriculares, 80% dos alunos entrevistados participaram de projetos de extensão, seguido por estágios não obrigatórios e bolsas administrativas, com 62,1% e 56,1%, respectivamente. A maioria dos profissionais iniciou sua atividade profissional/acadêmica em até 6 meses após a formatura (68,2%), trabalham em estatística (68,7%) e não trabalham com outro estatístico no seu setor ou departamento (59,3%). A maioria trabalha em instituições públicas (55%), possuem uma carga horária de 21h a 40h (48,3%) e tem um salário entre 4 a 6  salários mínimos (30,5%). O motivo para a escolha da estatística como profissão foi a oportunidade (63,8%) para a maioria dos profissionais e a área de atuação profissional foi a acadêmica (45,5%), contudo é importante destacar que foram encontrados estatísticos trabalhando nas mais diversas áreas. A maior dificuldade enfrentada pelo estatístico é o fato do curso de graduação ter sido muito teórico (41,4%) e uma das sugestões mais apontadas pelos profissionais é ter, na UFES, um curso mais prático e que relacione o conteúdo teórico com as necessidades do mercado de trabalho (30,8%). No entanto, a maioria dos profissionais encontram-se satisfeitos financeiramente (53,8%). Foram realizadas 30 associações de interesse, relacionando as 27 variáveis estudadas. Das 30 relações, onze apresentaram p-valor menor ou igual a 0,05 estatisticamente significante. Destaca-se os resultados encontrados nas associações entre as variáveis: ano de formado e faixa salarial.

Palavras-chave: Egresso, Estatística, perfil profissional